domingo, 20 de fevereiro de 2011

O FIM DO CONFLITO: Jesus, Maria Madalena e o Código da Vinci


O FIM DO CONFLITO: Jesus, Maria Madalena e o Código da Vinci / Ben Witherington III. Tradução Vinicius Medeiros Caldevilla. -- São Paulo: Editora Landscape, 2006. 205 páginas.

Livro mais vendido na lista do jornal New York Times por mais de 40 semanas, sucesso de bilheteria nos cinemas, O Código Da Vinci, ao misturar realidade e ficção, popularizou especulações e hipóteses como: Jesus realmente foi casado com Maria Madalena? Tiveram um filho? Constantino suprimiu os primeiros evangelhos e criou a doutrina da divindade de Cristo? Os evangelhos gnósticos representam a verdadeira fé cristã que a Igreja dos primeiros tempos do cristianismo tentou suplantar? Como responder às alegações de que existem documentos que revelam segredos sobre Jesus, segredos mantidos há séculos pela Igreja e outras instituições religiosas? Seria esses documentos uma ameaça para a concepção tradicional de Jesus e o cristianismo dos primeiros tempos? O que existe de verdade e de falso na obra O Código Da Vinci? A qual propósito ele foi escrito?

Ben Witherington II (ph.D., Universidade de Durhan, Inglaterra; professor do Novo Testamento no Seminário Teológico de Asbury, em Wilmore, no Kentuck, nos Estados Unidos, não se limita a refutar os erros históricos de O Código Da Vinci, mas também contesta as armadilhas espirituais que envolvem o romance, ao tempo em que abre uma discussão sobre o “feminino sagrado” e a relação Pai (Deus) Filho (Jesus) nos evangelhos.

Interessante é que em 204 páginas, somente por três vezes em um único parágrafo o autor fala do poder das trevas.

“Esses estudiosos, apesar de brilhantes e sinceros, não estão meramente errados; eles estão desencaminhados. Está evidente que foram conduzidos a esse caminho pelos poderes das trevas”.

“C. S. Lewis uma vez disse que o melhor truque do demônio é conseguir convencer as pessoas inteligentes de que ele não existe”.

“Os velhos gnósticos pelo menos acreditavam nos poderes das trevas espirituais e estavam tentando sair delas.”

w-i-t-h-e-r-i-n-g-t-o-n-i-a-n-d-o:

“A cultura ocidental se formou sob a égide de Jesus, apesar de nela se observar forte desconhecimento da Bíblia”.

“Em uma sociedade em que a novidade é cultuada e o antigo é suspeito, não é de surpreender que O Código Da Vinci tenha permanecido como o livro mais vendido na lista do jornal New York Times por mais de 40 semanas”.

“Nossa cultura está diante de um processo de mudança no qual a forma judaico-cristã de pensar o mundo está sendo desafiada em suas fundações”.

“Tudo indica que estamos no tempo em que uma profecia do Novo testamento se transformou em realidade: Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando ás fábulas (2 Timóteo 4:3-4)”.

“Em uma cultura em que não se usavam sobrenome, a designação geográfica era uma das principais maneiras de diferenciar pessoas de mesmo nome”.

Sophie Neveu (personagem do romance) significa Nova Sabedoria [...] Ela representa o público americano pós-moderno, centrado no conhecimento de seu tempo e sua vida”.

“Para o livro de Dan Brawn, Salvação significa nos apropriarmos de nós mesmos para entender nossa própria identidade. Em outras palavras, a busca religiosa nos levaria a nosso ego, em um exercício de puro narcisismo. O conceito de ter Cristo como nosso Redentor é abertamente repudiado. No livro Ele é apenas um grande mestre ou talvez um profeta. Mas esse novo conhecimento interior, essa nova sabedoria que Sophie representa por seu nome e natureza, têm nova dimensão e alcance: o “feminino sagrado”.

“[...] para a Bíblia, Deus não é masculino e nem feminino. O Deus Criador é um Espírito (João 4:24)”.

“A vida eterna é um presente de Deus para seu povo, não uma conquista ou uma experiência auto-induzida”.

“Pode até entreter, mas se trata de um engodo. Devemos tratar esse livro como o que realmente é: uma ficção baseada em informações históricas erradas, especialmente no que diz respeito a Jesus, a Maria Madalena e ao cristianismo dos primeiros tempos”.

“A morte revela o que os deuses ou Deus pensam de uma pessoa”.

“Constantino tinha uma visão pluralista para as religiões do Império, mas foi sábio o suficiente para ver que o cristianismo tinha um futuro brilhante”.

“Não é a Igreja quem determina o evangelho, mas o evangelho quem determina a Igreja”.

“Apenas homens geram; mulheres concebem”.

“Jesus não teve um pai humano que o gerou”.

O Código Da Vinci nada mais é do que uma superprodução, um melodrama gnóstico levado às telas dos cinemas.”

Luiz Humberto Carrião

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