sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Martinha II




O show é o especial de final de ano do cantor Roberto Carlos, que neste ano, 2010, homenageou artistas sertanejos e do movimento jovem guarda.

Uma dupla sertaneja anuncia: [...] o “queijinho de minas”, Martinha!...

A orquestra inicia a introdução da canção Alô, quando no corredor central de maneira tímida, de sorriso leve, passos sincronizados ao compasso da melodia; usando saia branca e blusa de renda transparente com sutiã meia-taça azul claro; laço de fita vermelha do lado direito, com uma rosa branca sobre o nó, medindo o tamanho a saia, ao qual, acompanha a cor dos sapatos; pulseira acompanhando os brincos, e estes o anel, adentra àquele palco a surpresa da noite.

Enquanto a platéia, telespectadores e espectadores esperam aquela voz infantil, meio rouca, meiga, de suavidade ímpar, se depara com uma potente voz e rouca das negras americanas, transformando o que era criança em adulto.

Uma invejável presença de palco. Seus braços parecem flutuar no espaço, são mais leves que o ar; a sensualidade exala de seu corpo; quando caminha para um canto do palco, entrega a interpretação ao guitarrista, e, aos nossos olhos, magníficas pernas que Miguelangelo desejou ter esculpido; ao retomar a canção, desliza seus dedos pelas teclas brancas e pretas de um piano levando a platéia ao delírio; entende aquele momento! Num gesto de menina travessa coloca a língua rapidamente para fora, como quem comemora o que não pode ser visível. Num gesto de pura feminilidade joga o cabelo para trás, lembrando a postura da elegante rainha egípcia Nefertit.

Muitos foram os que deixaram de estar nas suas pernas para instalar em seu coração. Ouviram sua voz e escutaram seu pensamento [royalties ao personagem Carlitos de Laurita Mourão em À mesa de jantar].

Luiz Humberto Carrião

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