sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Grande Ameaça




A Grande Ameaça / S. Harcourt - Rivington. -- São Paulo: Editora Cupolo Ltda, 1945. 279 páginas.

O livro foi originalmente escrito sob o título de Transformações Econômicas, sendo a maioria de seus textos publicados em forma de artigos no jornal O Estado de São Paulo, tomando emprestado aquele título.

O autor analisa as crises do sistema capitalista e suas contradições que levaram ao aparecimento do que chama de “homem econômico”.  Todavia, a grande massa composta por esse “homem econômico” tendência à  teoria da estatização dos bens, meios e modos de produção. Sistema este, na visão do autor, “que nada pode fazer senão roubar-lhe o limitado grau de liberdade que ainda lhe resta”.

Harcourt-Rivington já alertava em 1945, que “todas as tiranias de hoje (daquela época) são socialistas e que ao contrário, o socialismo completo jamais foi posto em prática em qualquer parte do mundo a não ser sob forma de tirania.” Cita Ferdynand Zweig para esclarecer A Grande Ameaça: “se iniciarmos uma economia inteiramente planejada, podemos ter como certo que essa economia, após determinado período, talvez menor do que se pode imaginar, destruir-se-á, provocando movimentos que lhe são antagônicos”, é por esta razão, explica Harcourt-Rivington, que acredita que a atual tendência para a “esquerda”, trazendo em sua esteira a nacionalização, a administração central e seus limites inerentes e imperativos à liberdade humana, acarretará logo que seus verdadeiros resultados se tornem evidentes às massas, atualmente (referindo-se à aquela época) pouco ilustradas, uma segunda revolta maciça contra as fantasias socialistas pelas quais clamam atualmente, e produzirão lutas violentas, talvez sanguinárias, pela reestruturação das liberdades que sacrificaram em sua ignorância. E adverte: “Se desejamos evitar a perda de nossa liberdade e a subseqüente luta civil para reconquistá-la, devemos sustar esta catastrófica tendência para a “esquerda”, a partir do que emite suas opiniões sobre o que se deve ser feito, consciente da impossibilidade de uma retorno ao laissez faire, laissez passer.

Apesar de escrito em meados do século passado, o livro vale pela riqueza teórica sobre a evolução econômica do homem no mundo.

Texto: Luiz Humberto Carrião   

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