terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mercado Popular Goiânia, Rua 74, Centro

Deu no blog do Lisandro. Sobre a vida: “Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi”, Regina Brett, 90 anos de idade, The Plain Dealer, Cleveland, Ohio.

Na lição de número 43, Regina ensina: “Não importa como você se sente, vista-se bem e apareça”.

Assim presenciei toda uma população, a maioria na chamada 3ª idade, no espaço do Mercado Popular, que após ter sido ocupado pelo evento da casa Cor em Goiânia, imprimiu com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de desenvolvimento Econômico (SEDEM), shows dançantes de terça a sexta-feira, contemplando cada dia um gênero musical diferente, da seresta ao forró.

Embora o mercado tenha 30 salas de exposição de produtos variados, com essa programação, gourmets especializados adquiriram ali espaço para servir os freqüentadores. Sempre cheio fazendo a alegria de brancos e negros, pobres e ricos, trabalhadores e aposentados, solteiros e casados, cumpria um papel social extraordinário a ponto de se tornar uma referência turística da cidade.

Estive lá, quarta-feira, 13, e não encontrei o brilho de antes. Alguns estabelecimentos fechados, poucos freqüentadores, banheiros sujos. Então pensei: Será que a novela global que terminou ontem, 14, possui tamanha audiência a ponto de segurar as pessoas em suas casas? Ou seria o tempo chuvoso?

Nada disso! Aquele espaço funciona atualmente de maneira precária, com os permissionários assumindo a conta, confidenciou-me um deles com certo tom de tristeza. Dizia que na gestão de João Paiva, a Prefeitura Municipal tinha participação mais efetiva, citando, por exemplo, a contratação dos artistas, a divulgação na mídia e mesmo com a higienização do espaço.

Um segundo entra na conversa afirmando que de segunda a sexta as caras eram as mesmas, sejam dos dançarinos, dos galanteadores e das jovens senhoras que ali desfilavam seus penteados e suas grifes, dos que chegavam mais cedo para bebericar num fim de tarde. Tudo isso, seu moço, está acabando.

Não entendo o porquê do poder público não se interessar por projetos como esses. O que se encontra em atividade no Centro Municipal de Cultura (antigo Cine Ouro), na Rua Três, Centro, ou mesmo o que ocorre defronte o Grande Hotel, na Avenida Goiás, atende a públicos diferentes.

Proporcionar de maneira gratuita lazer para a população, que hoje se encontra envelhecida, chega a ser uma questão de saúde pública. Esses projetos combatem o tédio, o estresse, a depressão. Proporcionam reencontro de amigos, geram novas amizades, além de verdadeiro palco para que as pessoas não se importem como se sentem, vestem-se bem e aparecem.

Luiz Humberto Carrião 
Publicado no Jornal Diário da Manhã, Goiânia - Goiás, Edição de 17/janeiro/2011 

Nenhum comentário:

Postar um comentário