quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Armazéns divinos e boticas humanas

 “Se banirmos da superfície da terra o homem ou o ser pensante e contemplador, este espetáculo patético e sublime da natureza não é mais do que uma cena triste e muda; o universo cala-se, o silêncio e a noite dele apoderam-se. Tudo se transforma numa vasta solidão onde os fenômenos inobservados se passam de uma maneira obscura e surda. É a presença do homem que torna a existência dos seres interessantes”. Denis Diderot (1713 - 1784) 


Qual a finalidade do homem na contextualização do planeta Terra ou mesmo diante do Espaço Sideral, senão dar vida ao Mundo de Deus?

O trabalho, a arte, a música, a poesia, a ciência, o amor, são provas existenciais da individuação racional humana.
 
O trabalho lhe deu a diferenciação;
A arte a expressão;
A música a divinização;
A poesia a personificação;
A ciência a experimentação;
O amor a coroação.

Ao injetar em si o soro manipulado pelas boticas teológicas, o homem imuniza-se do Cristo e aproxima-se de Jesus (no sentido humano). 

Então,

Do trabalho extraiu a exploração ;
Da arte a profanação;
Da música a banalização;
Da poesia a ficção;
Da ciência a dominação;
Do amor a humilhação.

“Quando me vi, corri aos grandes armazéns divinos, mas não encontrei ainda vestido algum para cobrir a minha vergonha de ter perdido Deus”. Eduardo Lourenço de Faria (1923 -)

Luiz Humberto Carrião 

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