terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Conceito e Preconceito

Num programa de TV, um professor falava da importância da maturidade cultural no entendimento de um conceito, para que o mesmo não se transforme em preconceito. Ilustrou com a seguinte história: quando se dirigiu pela primeira vez a uma sala de aula e o professor falou em reis e rainhas, levantou a mão e disse: _professor, tenho uma Tia princesa. O professor do alto de sua autoridade intelectual sorriu e continuou sua fala. Insistiu: _professor, minha Tia é uma princesa! Diante da indiferença, calou-se durante muito tempo. Quando já cursava o ginásio, numa aula de História do Brasil, voltou a falar da Tia, mais uma vez em vão. Isto nunca lhe saiu da cabeça. Como acreditar que um negrinho de “pés no chão” pudesse pertencer a uma realeza no Brasil? Hoje, compreende que culturalmente sua Tia era uma princesa. Uma princesa do Congado de sua cidade natal. Mas era uma princesa. Uma legítima princesa.

Luiz Humberto Carrião

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