quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Brizola, momentos de decisão


Brizola: momentos de decisão/Carrion Jr. - Porto Alegre/RS: L&PM editores, 2ª edição, 1989. 73 páginas.


O livro lançado no ano de 1989, em que Brizola concorria à presidência da república, contextualiza sua atuação política e administrativa dentro das questões nacionais, como a Campanha da Legalidade, que garantiu a posse do constitucional do presidente João Goulart, em 1961; sua atuação legislativa e de líder político-partidário e informações sobre os dois governos estaduais que exerceu o primeiro no Rio Grande do Sul e o segundo no Rio de Janeiro. 


Uma passagem define bem o personagem central: “A revolução de 1923, às vésperas da qual nasceu Brizola, foi uma das mais sangrentas da História do Rio Grande, marcada toda ela por guerras de fronteira e revoluções internas. O agricultor e tropeiro José Brizola, pai de quatro filhos e uma filha, fazia parte do exército de Leonel Rocha, partidário da Aliança Libertadora, contra a reeleição do governador gaúcho Borges de Medeiros. Foi só em dezembro de 1923 que foi firmada a paz, com a assinatura do Tratado de Pedras Altas, pondo fim a uma revolução que se iniciara em janeiro e ensangüentara o Rio Grande do Sul. Seguiu-se a desmobilização, devolvendo aos seus lares aqueles que haviam sobrevivido à luta, ainda que persistisse um clima de guerra, com muitas vinganças. Foi neste cenário que aquele agricultor pobre foi arrancado de sua casa, e aprisionado por uma coluna governista e morto no caminho da sede do destacamento. Seu último pedido foi a um tropeiro amigo, de nome Otávio, que cuidasse de seu filho mais novo que, nos braços da mãe Oniva, ainda seguira a coluna por mais de légua. O guri ia ter o nome de Itagiba de Moura Brizola, mas depois que sua irmã Francisca o encontrou brandindo uma espada de madeira e dizendo “eu sou Leonel Rocha”, seu nome terminou sendo Leonel de Moura Brizola.


Luiz Humberto Carrião

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