quinta-feira, 8 de março de 2012

Dizer o quê?

Por tudo e por todos!

Não consegui discernir o que é pior:

Se a violência da vingança, ou
a hipocrisia do perdão.

Por isso, neste dia:

Pra você, mulher - AMOR;
por mim, homem - VERGONHA!

Luiz Humberto Carrião

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Cala mais uma bela voz do Brasil


Cala mais uma bela voz do Brasil, Peri Martins de Oliveira, filho do compositor Herivelto Martins e Dalva de Oliveira, batizado artisticamente de Pery Ribeiro pelo radialista César de Alencar.

De voz elegante e suave ganhou como prêmio a primeira gravação de Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes em homenagem a Helô Pinheiro. O melhor intérprete das músicas de Tayguara. Homenageou com um CD o imortal Nelson Gonçalves.

Pery Ribeiro nasceu artista, aos três anos de idade já participava das dublagens em português de produções de Walt Disney, onde sua mãe dublava Branca de Neve e ele, o anão Dengoso. Aos cinco anos de idade participou do filme inacabado de Orson Welles “It’s All True”, escrito e dirigido por Orson e filmado no Brasil. Em 1959 trabalhando na TV Tupi como camaraman foi convidado a participar do programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional. Em 1960 estréia como compositor na voz de sua mãe, Dalva de Oliveira, com a música “Não devo insistir”. Em 1961 como cantor através de um compacto, logo a seguir um 78 rotações que incluía “Manhã de Carnaval” e “Samba de Orfeu”, ambas de Luiz Bonfá e Antônio Maria. “Ainda neste ano, gravou “O Barquinho” de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli” Em 1962 seu primeiro LP sob o título de “Pery Ribeiro e seu mundo de canções românticas”, onde acompanhado ao violão por Luiz Bonfá encantou o mundo com a canção de seu pai, “Ave Maria no Morro”. A partir de então se dedicou totalmente a Bossa Nova, gravando todos os seus expoentes.

Na década de 70 gravou artistas como Ivan Lins, Raul Seixas, Gonzaguinha, João Bosco dentre outros. A partir dos anos 80 voltou a dedicar-se à Bossa Nova.

Nos Estados Unidos da América e na Europa, Pery Ribeiro a convite de Sergio Mendes integrou o grupo Bossa Rio dividindo o palco com nomes importantes do cenário artístico mundial como: Burt Bacharach, Johnny Mathis, Sérgio Mendes, Herb Alpert e Henri Mancini.

Em 2006 publicou em parceria com sua mulher o livro: “Minhas duas estrelas: uma vida com meus pais”, prefaciado por Ruy Castro e aclamado pela crítica como um dos marcos da literatura sobre a vida de artistas Brasileiros.

Pery Ribeiro deu vida à música Laura de Antonio Carlos e Jocafí:

Laura,

Me empreste um sorriso
É o que eu mais preciso
Pra poder viver

Laura,

Nesse meu bolero
Eu me desespero
Chego a plagiar
Coubanacan

Laura,

Me empresta um carinho
Venha! Dá-me tuas mãos
Pra gente andar, curtir, Oh!

Laura,

Teu comportamento
Tanto atrevimento
Me modificou

Laura,

Minha decadência
Sofre a influência
Eu vou morrer de amor

Oh! Laura...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Prometeu, revista ilustrada de cultura, vol III, 1949 – 1950, nºs 5 e 6. Centenário de Guerra Junqueiro. - Porto – Portugal.


Conheci Guerra Junqueiro em A VELHICE DO PADRE ETERNO. Obra que desnuda todo o seu anticrericalismo. São críticas ácidas e hilárias aos curas e papas, onde enumera pecados capitais como a gula, avareza, ganância e imoralidades possíveis.

No primeiro centenário de seu nascimento (1850 – 1950) a revista Prometeu prestou-lhe devida homenagem através de vários depoimentos de intelectuais, escritores e poetas.

Não creio seja de facilidade encontrar outro exemplar de PROMETEU: revista ilustrada de cultura, a não ser em livrarias que comercializam livros usados (sebos).

Extraordinária obra.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Amor / José Luiz Furtado. - São Paulo: Globo, 2008. - (Filosofia Frente & verso).


O amor é sabedoria do coração que não espera os sábios da razão terminarem sua tarefa para exercer-se, em toda a plenitude do que é capaz. […] como a morte, o amor esta acima dos juízos morais. […] Sem ele a humanidade não seria mais humana. […] O amor nos fragiliza como uma doença grave...[...] Pai das maiores alegrias, o amor é a parturiente das mais profundas dores.

Como assevera o autor, este livro é uma interrogação sobre as três dimensões, de certa maneira problemáticas, referidas aqui. Primeiramente, as contradições do próprio amor – o amor/dor -, depois a sua desnaturalização – o amor procriador -, e, finalmente, as origens do amor-paixão – o amor impossível – e sua relação com o poder (político, médico, religioso) e o casamento – o amor instituição.

Aquele que sofre por amor nunca parou para pensar que: há um outro que não sou eu.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

É tudo tão simples / Danuza Leão. - Rio de Janeiro: Agir, 2011.


Conheci Danuza Leão como jurada do programa Flávio Cavalcante. Depois como irmã de uma das vozes mais doces do Brasil, Nara Leão. Mais à frente como ex-mulher do jornalista Samuel Wainer, fundador do Jornal Última Hora. Em seguida como colunista da Folha de São Paulo, e, atualmente, como escritora. Aliás, esse meu encontro com Danuza Leão como escritora foi meio que por acaso.

Nada como um bom café expresso e uma água mineral com gás, numa dessas mesinhas de uma boa livraria durante o período vespertino. Percorrer as estantes, selecionar alguns títulos, sentar-se à mesa e analisar qual será o escolhido. É interessante isso, porque a gente não fica preso somente a livros indicados ou comentados por revistas semanais ou internet. Dizem que um bom título com uma capa sugestiva já é meio caminho andado. Com tempo de conhecer um pouco de seu autor, apresentação da obra e por fim a bibliografia, melhor ainda.

Noutro dia analisava um livro sobre evolução, tema esse que muito me prende, quando adentrou a livraria o jornalista e apresentador de televisão Rosenwal Ferreira a procura de um livro de autoria de Danuza Leão. Confesso que cheguei a vê-lo na prateleira de lançamentos, todavia não lhe dei importância, porém, o interesse do jornalista me chamou atenção. Assim que saiu após adquirir o seu, fui até a mesa peguei uma unidade para dar uma olhada. A capa é ilustrada com a foto da autora elegantemente vestida e o título interessante: é tudo tão simples.

No inicio dá a impressão de que estamos diante de uma Danuza Leão humorista, em um teatro como uma stand-up, com um texto recheado de humor, etiqueta, filosofia, biografia, consultoria etc.: “... ter carro, dentro de algum tempo será coisa do passado.” “... tome cuidado com o tédio. O tédio mata mais que qualquer doença”. “... "editoriais de moda são como textos de convite de exposição de pintura abstrata: ninguém entende nada.” “O problema é que homens e mulheres falam idomas diferentes. Quando ele diz “eu te amo” está querendo dizer “vamos para a cama”, mas ela entende ao pé da letra, e, pior: acredita.” “Caviar é tão bom que a gente devia comer nua.” “Aliás, quem mais quer casar nos dias de hoje são os gays.” E nas entrelinhas deixa escapar aquilo que todos nós tememos, a solidão.

Um livro interessante. De leitura fácil. Preço acessível. Lido de uma só vez. Um lado interessante dessa ex-modelo internacional, mulher televisiva, colunista e escritora.

Vale a pena ser lido.